Cuidados com o ronco
Fica o alerta, para tornar-se uma doença, a apnéia do sono, é um passo
Ao dormir muitas pessoas nem percebem que roncam. Engana-se quem pensa que roncar seja apenas uma circunstância incômoda, pois é uma doença que requer atenção e que, se não for tratada devidamente, pode causar uma séria de situações de risco. A apnéia do sono atinge milhões de brasileiros. O nome difícil se traduz em noites mal dormidas e má qualidade de vida. A apnéia pode estar associada a outros problemas de saúde, como o bruxismo, que é o ranger de dentes. E como tratar desse mal?
O Ronco é o barulho causado pela vibração dos tecidos da garganta, a parede posterior da faringe, dorso da língua, palato mole e úvula, cada vez que o ar passa e as vias aéreas se estreitam. Este ruído, que parece inofensivo, pode estar ligado a um distúrbio respiratório que requer cuidados e tratamentos especiais, a Apnéia Obstrutiva do Sono. O ronco é um sinal de alerta, já na apnéia o ar é bloqueado por algumas várias vezes por noite, colocando o paciente em condições de maior risco para um enfarte do miocárdio e AVC (derrame).
O ronco atinge cerca de 40% dos homens adultos, 30% das mulheres e que se torna mais freqüente com o avanço da idade. Estima-se que o ronco esteja presente no sono de 60% das pessoas com mais de 55 anos. È também três vezes mais comum em obesos do que magros. Quando há o acúmulo de peso, é como se o pescoço dela fosse uma câmara de ar de caminhão que quando é enchida, tanto aumenta o volume externo, como também diminui o espaço interno das vias aéreas superiores, o que dificulta a passagem do ar.
O que causa o ronco?
De acordo com a cirurgiã dentista, Ana Estela Pereira, especialista em periodontia pela ACDC e Membro da Associação Brasileira do Sono, as “causas do ronco estão freqüentemente relacionadas à obesidade, hipertensão, hipotonicidade da musculatura (relaxantes musculares, sedentarismo, álcool, drogas, envelhecimento e respiração bucal), hipertrofia das tonsilas e úvula (por alergia, infecção ou traumatismo), decúbito dorsal (dormir com a barriga para cima), retrognatia (queixo para trás), macroglossia (língua volumosa) e pescoço largo”.
As pessoas devem ficar atentas aos principais sinais, conseqüências da apnéia, como: ronco alto hipersonolência diurna, sono agitado, prejuízos na memória e concentração, hipertensão arterial, arritmia cardíaca, cefaléia matinal, noctúria (vontade de urinar), impotência sexual, refluxo gastroesofágico noturno e diabetes. “A primeira atitude a fazer é procurar um médico para diagnóstico da Síndrome da Apnéia Obstrutiva Do Sono , fazendo um exame chamado polissonografia, que consiste em dormir uma noite em um instituto do sono, sendo o paciente monitorado durante toda a noite.”, explica Ana Estela.
Existe tratamento!
Após diagnóstico correto é possível tratar o paciente com muito sucesso. Os tratamentos são eficazes e melhoram muito a qualidade de vida do paciente, sua convivência social, e sua predisposição à doenças. Os tratamentos variam de acordo com o ronco e severidade da apnéia, evidenciados na polissonografia. Os mais convencionais são: CPAP (pressão positiva)-indicados para casos graves; cirurgias nas vias aéreas superiores. (indicadas por otorrinos); aparelhos intra-orais- indicados para casos leves e moderados de apnéia e para pacientes que somente roncam sem apresentarem apnéia e/ou outros fatores agravantes.
“Os aparelhos intra-orais devem ser confeccionados exclusivamente por dentistas que possuem treinamento em sono. Os aparelhos intra-orais funcionam reposicionando a mandíbula durante o sono, deixando as vias aéreas com mais espaço e, portanto, facilitando a passagem do ar. São de fácil adaptação, eficazes, e acessíveis. Após a confecção do aparelho e ajuste do mesmo, o paciente deverá retornar ao médico para que este avalie e comprove a eficiência do tratamento”, complementa a especialista em ronco e apnéia do sono.
Nenhum comentário:
Postar um comentário