terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O medo que tortura - matéria sobre Síndromes e fobias...

O medo que tortura
Fobias e transtornos do pânico atormentam milhões de pessoas: mas o que é a síndrome do pânico

"Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer com que as coisas não pareçam o que são." A frase é do autor espanhol Miguel de Cervantes e está no clássico Dom Quixote, escrito no século XVII. Tendo como exemplo, essa frase sintetiza o que ocorre com pessoas que freqüentemente buscam os psiquiatras, é o medo patológico. Esse medo ocorre em relação a situações que estão longe de representar uma ameaça real. Pode ser de avião, de altura, de elevador, escuro, de um animal doméstico ou ate de pessoas. O medo patológico é também chamado de fobia. Situações de medo, desespero, susto podem levar a um novo tipo de transtorno que está se tornando conhecido pelas pessoas é a Síndrome do Pânico.
A palavra fobia vem do grego phobos. Phobos significava a divindade mitológica que era capaz de trazer um medo incontrolável. Por esse motivo, os escudos dos soldados gregos abundantemente apresentavam imprimida a imagem de Phobos – dessa maneira, acreditavam ser mais fácil apavorar seus inimigos. E dessa definição começaram a surgir os inúmeros medos e conseqüentemente os transtornos de pânico. Aumentou-se o número de registros de casos de pessoas que sofrem algum transtorno do pânico, principalmente porque a maioria das crises está ligada a quadros de ansiedade, angústia e depressão.

Síndrome do Pânico
O conceito de síndrome do pânico pode confundir o leitor, e quase sempre isso ocorre. De acordo com a médica, residente do 3º ano de Psiquiatria da Unicamp, Fátima Therezinha Munhoz D'Ottaviano, o transtorno do pânico consiste na recorrência de ataques de pânico, que são períodos de 20 a 30 minutos caracterizados pela sensação de morte iminente, medo intenso de perder o controle ou de enlouquecer, taquicardia, sudorese, tremores, falta de ar, desconforto torácico, náusea, tontura, formigamento, calafrio, ondas de calor. São necessários quatro ou mais desses sintomas para se fazer o diagnóstico. O paciente passa a ter medo de novos ataques e restringe sua vida em função disso.
A psiquiatra ainda complementa que qualquer pessoa pode vir a ter  um ataque de pânico. “Mas esse ataque isolado não indica o transtorno do pânico em si, que se caracteriza por ataques de pânico recorrentes, que se repetem de tal forma que interferem substancialmente na vida do indivíduo”.
A residente da Unicamp conta que mesmo sendo os ataques espontâneos, sabemos que existem alguns fatores que tornam o sujeito mais vulnerável ao  transtorno do pânico. “Experiências de desamparo e perdas na infância e juventude, bem como outros eventos estressantes na história de vida, e um manejo mal sucedido do estresse do dia-a-dia podem contribuir para o desencadeamento do transtorno de pânico. Fatores biológicos estão também claramente implicados na susceptibilidade do sujeito ao transtorno do pânico”

“Não desejo nem para meu maior inimigo”

O comerciante Henrique Verrone de São Paulo está em tratamento da síndrome. Ele não deseja para ninguém, nem para seu inimigo, um mal como esse. Henrique teve sua primeira crise quando estava se dirigindo de carro ao trabalho, quando subitamente começou a suar, sentiu o coração disparar, a boca secou e faltou ar. Ele pensava que era um ataque cardíaco e a única coisa que queria era chegar no serviço para pedir ajuda. Ao chegar não estava sentindo mais nada, e deixou para lá. As crises “começaram a se tornar freqüentes diante de algumas situações como um simples passeio no shopping, a fila do banco, comecei a fazer terapia que me ajudou muito, principalmente a identificar as situações onde eu passava mal. Dentre as mudanças que percebi a mais significativa foi identificar as situações onde ocorriam as crises”. 
Para a Relações Públicas, Kate Cristina, um dos grandes problemas que as pessoas que sofrem dos transtornos de pânico passam é o preconceito. “Na entrevista com um anestesista para uma cirurgia no joelho, contei que tinha o problema. Ele disse que então “daria anestesia geral” para evitar que eu o “perturbasse” depois da cirurgia enquanto o efeito da anestesia não passasse. Fiquei chocada. Por “acaso passei por outra cirurgia semana passada e não disse que sofro de síndrome do pânico”. Isabel ainda conta que por causa das crises isolou-se. Não vai a alguns lugares e também se isolou de algumas pessoas por medo que elas percebessem.

Tratamento Médico e energético
Não podemos nos esquecer de falar das formas de tratamento da síndrome do pânico. O tratamento se baseia em medicações antidepressivas , ansiolíticas (num primeiro momento), além da psicoterapia, que também pode auxiliar. No entanto, a Psicóloga clínica, especializada em técnicas corporais, acupunturista, homeopata e massoterapeuta, Marina Paesano, acredita que além do tratamento da psicoterapia, a “acupuntura atua no campo energético do paciente, sendo uma técnica facilitadora para a cura física, mental e emocional. O indivíduo equilibrado é saudável! O diagnóstico provável para a síndrome do pânico na acupuntura é o distúrbio do Shen (mente). Como o Shen habita no Coração, normalmente este paciente pode apresentar Fogo no Coração, normalmente advindo de uma deficiência do Rim (que é responsável pelo medo) que controla o Coração. O tratamento na Acupuntura sempre foca o equilíbrio dos cinco elementos (água, fogo, terra, metal e madeira). As síndromes energéticas desenvolvidas são individuais, então, frente ao diagnóstico, é feita a escolha de pontos para equilibrar o paciente.
O paciente que tem transtorno do pânico tem que se conscientizar de que o ataque de pânico não mata. Mas ele deve procurar ajuda. Somente com medicações e terapias, além da busca do equilíbrio individual é que esse medo que tortura não incomode mais. 



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