A passagem
Como as religiões encaram a passagem da vida para a morte
A morte é um tema que assusta muitas pessoas, elas nem gostam de falar sobre o tema, é considerada algo que deve ser combatido a qualquer custo. A morte se assemelha ao fracasso, por isso a sua negação tem ganhado força. O termo é empregado de diversas maneiras, e o que ocorreu foi à negação da morte. Ela está mascarada. È usada para intensificar sentimentos, “morrendo de fome”, “morrendo de saudade”. Para falar da morte dizemos que a pessoa “descansou”, foi para o céu. As pessoas não são preparadas para perder as outras, mas como as diversas religiões encaram essa questão?
"A morte é a única coisa certa na nossa vida, no entanto ninguém está preparado para ela", diz o telefonista Wagner Siqueira de 23 anos, mesclando saudade e ao mesmo tempo já superando a morte da avó. “Ela teve câncer, e ver uma pessoa morrer aos poucos, sem você poder fazer nada, é agonizante”.
Budismo
Para os budistas, com a morte o corpo se transforma em elementos da natureza, mas a energia das ações e das palavras continua repercutindo na vida de outras pessoas por muito tempo. As pessoas já durante a vida são preparadas para entender que a morte é mais um processo da vida, pois a meditação possibilita a compreensão de que tudo é interligado e transitório. Além disso, os budistas acreditam na reencarnação, um ser mais “verdadeiro’, puro, irá retornar. O ritual da morte é representado por flores, velas e incenso no velório, e os parentes usam roupas escuras e fazem preces. O luto dura 49 dias, e a cada 7 dias são lidas preces de textos sagrados.
Cristianismo
A morte é vista como uma passagem, as pessoas são julgadas pelas suas atitudes, se vivem para Deus ou para o mundo. O dom da vida é uma preciosidade que Deus deu e não se deve desperdiçá-la com tolices. Os cristãos acreditam no paraíso, que suas almas viverão eternamente ao lado do Pai. O Inferno nada mais é viver eternamente longe de Deus e não só ter a morte corporal, mas sim a espiritual.
Islamismo
A morte é a passagem desta vida para a vida eterna. As pessoas que fazem o bem serão julgadas por Deus vão para o paraíso, os que fazem o mal irão para o inferno. Desde a infância, o islamita tem a noção de que tudo que começa tem um fim. O ritual é dessa forma: o corpo é levado pelos familiares, sempre do mesmo sexo, e enrolado em panos brancos. Depois é colocado em um caixão para que os entes mais próximos se despeçam. Depois disso o corpo é levado a mesquita, e a partir desse momento somente os homens participam. O luto dura 3 dias, quando a mulher perde o marido, esse tempo sobe para 130 dias, e ela não pode sair de casa, a não ser em emergências.
Espiritismo
A morte não existe porque se acredita na eternidade do espírito. Eles acreditam que o médium é intermediário entre os vivos e a alma dos mortos, isso leva a crerem que existe a possibilidade de comunicação com o espírito que já deixou aquele corpo. Essa é a base que se aprender nos estudos dos livros de Allan Kardec, pai do espiritismo. Para os espíritas quando o corpo morre, o espírito se desliga e fica no mundo espiritual se preparando para uma nova reencarnação, e elas acontecem quando esse espírito atingir sua evolução. Não existe luto, e o corpo é velado, enterrado ou cremado.
Judaísmo
Os judeus acreditam no fim de um corpo material, e que a vida é feita de mudanças. Para eles existe outro mundo que recebe as almas, mas ela pode retornar á terra em outro corpo para que complete sua missão. O corpo do morto é envolvido em panos brancos e o caixão é fechado para que ninguém mais o toque. Familiares e amigos rezam salmos, e os mais próximos cortam o tecido da roupa para mostrar o luto. Na primeira semana, os parentes se reúnem para rezar em casa. Somente o espírito vale então espelhos, que refletem o corpo material, são cobertos. E todos os anos a pessoa é lembrada na data de morte.
Cada um tem a sua crença, mas cada pessoa deve estar preparada para passar pela vida. Ela deve viver cada dia intensamente, como se ele fosse o último. Se as ações forem positivas, a vida valerá à pena. Não deixe para amanhã o que você pode fazer por você e pelo seu próximo.
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