sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Infecção Hospitalar, uma ameaça para quem busca tratamento



Infecção Hospitalar, uma ameaça para quem busca tratamento

As infecções hospitalares afetam milhares de pacientes em todo o mundo, apesar de suas causas e dos métodos de prevenção serem bem conhecidos

Contrair uma infecção durante a internação hospitalar pode parecer um absurdo em uma época de tantos avanços na medicina, mas é muito mais comum do que se imagina. A taxa de mortalidade por infecção hospitalar no Brasil mantém-se estável há décadas. A média é de 45 mil óbitos por ano em cerca de doze milhões de internações hospitalares. Outras conseqüências são o aumento do tempo de internação e as seqüelas físicas, além do ônus financeiro. Estudos estimam que o custo desses trágicos índices é altíssimo: cerca de R$ 10 bilhões anuais.
A infecção hospitalar, no entanto, não é um mal que atinge apenas os países da América Latina. Nos Estados Unidos, o prejuízo é de R$ 100 bilhões com os cerca de 80 mil óbitos em 30 milhões de internações. Tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, todos pagam essa conta de uma forma ou de outra, pacientes, hospitais, governo e operadoras de planos de saúde.
A infecção hospitalar tem uma nova denominação é a IRAS (Healthcare associated infection), ou seja, infecção relaciona à assistência à saúde. A mudança abrange além da infecção adquirida no hospital, a outras relacionadas a procedimentos ambulatoriais, durante cuidados domiciliares, e a infecção ocupacional adquirida por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros).
Qualquer pessoa que é obrigada a internar-se em ambiente hospitalar para tratamento médico está sujeita a contrair uma infecção hospitalar, que é diretamente relacionada ao tempo de internação e procedimento a ser realizado. O maior risco está em procedimentos cirúrgicos e em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). A infecção é causada por microrganismos ou micróbios - organismos vivos invisíveis a olho nu - que podem ser classificados em: bactérias, fungos, vírus e protozoários, existentes no ambiente hospitalar, em outros ambientes e mesmo no próprio organismo. O diagnóstico da infecção envolve alguns critérios técnicos: a observação direta do paciente e análise de seu prontuário, resultados de exames de laboratório; quando não houver evidência clínica ou laboratorial de infecção no momento da internação no hospital, convencionam-se as manifestações clínicas que se apresentam após 72 horas da admissão no hospital. Além disso, pacientes transferidos de outro hospital são considerados portadores da infecção hospitalar.

Transmissão, sintomas e cuidados

As principais causas da infecção derivam de falhas humanas e de procedimentos para evitar a exposição do paciente a quantidades de microorganismos que atingem o indivíduo, da capacidade do germe gerar infecção, do modo de transmissão, da resistência imunológica do indivíduo.  A transmissão pode ocorrer de pessoa para pessoa, especialmente pelas mãos. Por isso é fundamental a higiene das mãos.
Além disso, através da água, de alimentos contaminados, das gotículas que saem da boca quando falamos, pelo ar quando se respira pó e poeira são outras formas de transmissão. Os riscos de aquisição podem ser agrupados em três grupos: relacionados a cuidados prestados, a organização e ao paciente. Sobre cuidados está associada aos microrganismos presentes nas mãos dos profissionais de saúde, no ambiente ou no organismo do paciente. São OS procedimentos invasivos, por exemplo, incubação para auxiliar a respiração, passagem de cateteres venosos, cateteres no sistema urinário, e outros. Quanto à organização são os sistemas de ventilação de ar e de água, disponibilidade de profissionais, por exemplo, a relação entre número de enfermeiras dedicadas a atender um determinado número de leitos, e estrutura física, mais de um leito no mesmo quarto, a distância entre estes leitos, presença de pias, papel toalha, gel alcoólico para higiene das mãos. E por fim a condição clínica do paciente, sua imunidade, tempo de internação.
A maior encrenca da infecção hospitalar é o fato de poder acarretar problemas médicos adicionais, como a necessidade de re-intervenção cirúrgica ou a ocorrência de efeito colateral relacionado ao antibiótico administrado. Além disso, pode ser necessária a re-internação do paciente no hospital ou seu tempo de permanência ser maior do que o planejado inicialmente. A prevenção de infecções hospitalares por todo o mundo depende muito mais da instituição hospitalar e de seus trabalhadores do que dos pacientes, já que ninguém se interna com intenção de contrair doenças dentro do hospital.

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